Primogênito de um rico fabricante de papel em Veneza, o compositor Tommaso Giovanni Albinoni, nascido em 14 de junho de 1671, tinha tudo para ser um bem-sucedido herdeiro. Toda a sociedade reconhecia em seus familiares o perfil de bons empreendedores e homens de negócio. Mas ele evitava aprender a administrar a fábrica e se recusava a acompanhar o pai. A paixão precoce pela música mudou o rumo de sua vida.
Aplicado estudante de violino e canto na infância e adolescência, Albinoni não pensava em se profissionalizar na arte, e nem planejava ganhar dinheiro com ela. Queria simplesmente compor e tocar, mesmo que para o salão vazio de sua casa. Músico independente, que se auto denominava 'dilettante', ele só produzia para consumo próprio. Passava horas e horas trancado, experimentando sons ao violino e imaginando formas de associar suas melodias ao drama.
O amor pela música era tanto que quando seu pai morreu, em 1709, ele se recusou a cuidar da fábrica, passando toda a responsabilidade para seus dois irmãos mais novos. Na qualidade de primeiro filho, Albinoni recebia um terço dos lucros, o que facilitou em muito a sua carreira e produção musical, que começou a deslanchar mais rapidamente.
Estreou em Munique, em 1722, conquistando os aplausos do público, mas a repercussão ainda era pequena para o tamanho de seu talento. Albinoni morreu em Veneza, a 17 de janeiro de 1751, e sua obra mais executada, até hoje, é o famoso adagio para órgão e cordas.
Durante muito tempo, Albinoni foi acusado de pouca ousadia na forma de seus concertos, sempre que era comparado com o seu conterrâneo Vivaldi. No entanto, ele foi o primeiro a elaborar obras em três movimentos e seus Concertos para oboé Op. 7 (1715) foram os primeiros, de um músico italiano, a serem publicados no mundo. Sua música pode ser definida como muito peculiar, graças a um forte caráter melódico e por sua estrutura formalmente muito bem equilibrada.
Da geração de Albinoni fazem parte vários outros competentes compositores do Barroco italiano, o que teria dificultado sua superexposição. Embora fosse um respeitado criador de efeitos dramáticos, amargou o descaso por parte dos estudiosos de seu tempo.
O compositor concentrou-se na música instrumental e vocal, com uma grande lista de temas voltados para a música dramática. De seu brilhante repertório fazem parte mais de 50 óperas, 40 cantatas para solista e dezenas de operetas. Várias vezes J.S.Bach chegou a apontá-lo como alguém capaz de inovar a música instrumental barroca. Mas seu temperamento era reservado e, por isso, raramente reivindicava para si a glória que sua criatividade merecia.
O famoso adágio para órgão e cordas é a sua obra mais executada até hoje. No entanto, Albinoni conheceu o sucesso com a ópera Zenobia, encenada pela primeira vez em 1694 para a corte de Veneza. Rodrigo em argel fez um imenso sucesso na corte napolitana em 1702, sendo que Os verdadeiros amigos foi levada para o exterior.
As obras instrumentais de Albinoni, sobretudo para cordas, eram muito apreciadas por gênios da época, mas não chegavam aos ouvidos dos patrocinadores das artes. As Sonatas Op. 1 (12) chamou atenção em 1694. Até mesmo o genial compositor alemão J.S.Bach, fã do músico italiano, elaborou 4 fugas para teclado a partir de temas dessas obras.
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