John Bull nasceu no Reino Unido em c.1512. Organista e virginalista, foi um dos criadores da técnica moderna dos instrumentos de tecla. Organista da catedral de Hereford e da capela real, foi nomeado professor de música do Gresham College por recomendação da rainha Isabel.
Em 1601 viajou pela França e pela alemanha - em Saint-Omer cometeu a proeza de juntar em algumas obras, 40 partes novas a uma obra de 40 vozes. Segundo se diz, deixou a Inglaterra em 1613 para escapar às penas em que incorria por incontinência, adultério e outros crimes graves.
Tornou-se então, organista do arquiduque alberto, em Bruxelas, e depois da catedral de anvers. Durante a sua estada em Flandres, escreveu uma fantasia sobre uma fuga de Sweelinck e este cita um cânone de Bull no seu tratado de composição. Bull, que morreu em antuérpia (Bélgica) em 12/13 de março de 1628, foi sepultado na catedral de anver, em 15 de março do mesmo ano.
A escrita para instrumentos de tecla de Bull é extraordinariamente audaciosa para a época - em que não se praticava a passagem do polegar e freqüentemente apenas se tocava com 3 ou 4 dedos de cada mão. Os principais gêneros que cultivou são a variação, a fantasia, a música descritiva - retratos musicais -, as danças - pavanas e galhardas.
Escreveu alguns madrigais e motetos - ou hinos -, cerca de 50 peças para viola - em manuscritos no Fitzwilliam Museum - e, sobretudo, cerca de 150 peças para órgão ou virginal. Estas peças para instrumentos de tecla encontram-se em manuscritos coletivos do século XVII, nomeadamente: Fitzwilliam virginal book - publicado em 1899 com 45 peças de Bull -, o Benjamim Cosyn�s virginal book - 30 peças de Bull -, a Tablatura de 1629 - 62 peças de Bull, entre as quais a Fantasia sobre uma fuga de Sweelinck -, os maços 18.547 e 18.548 da biblioteca do Conservatório de Paris - 85 peças de Bull.