Antonio de Cabezón nasceu em Castillo de Matajudios, Burgos (Espanha) em 1510. Cego desde a infância, aprendeu a tocar órgão e foi, provavelmente, aluno do organista de Palência, Garcia de Baeza. Tornou-se organista da capela real de Castela e, depois, músico de câmara do imperador Carlos V.
Quando este abdicou a favor de seu filho, Filipe II, Cabezón continuou, até ao final de seus dias, à serviço do novo monarca, que o acompanhou nas viagens pela Espanha, Itália, alemanha, Holanda e Inglaterra, o que lhe proporcionou contatos frutuosos com os músicos da escola estrangeira.
Po outro lado, Filipe II conservou a capela flamenga mantida por Carlos V e, quando casou com Isabele de Vallois, músicos italianos e franceses vieram juntar-se às duas capelas madrilenas, a espanhola e a flamenga. Mergulhado neste mundo musical cosmopolita, tornou-se um dos maiores mestres da música para instrumentos de tecla do século XVI. Cabezón morreu em Madrid, em 26 de março de 1566.
A sua arte teve origem na tradição instrumental espanhola, combinada com a influência da escola de Josquin. Embora tenha mantido o estilo e a escrita da polifonia vocal, adotados às características e exigências técnicas dos instrumentos de tecla, contribuiu consideravelmente para o aparecimento de uma técnica para órgão ou cravo especificamente instrumental.
É provável que Cabezón, cuja música é marcada por uma alta espiritualidade, se tenha relacionado com os grandes místicos de seu tempo - tinha uma casa em ávila, muito próxima de Santa Teresa.
Escreveu numerosas composições para instrumentos de tecla - ou vihuela ou harpa - publicadas, em grande parte, pelo seu filho Hernando, em 1578: variações, adaptações de obras vocais, pavanas, tientos.