Arcangelo Corelli nasceu em Fusignano a 17 de fevereiro de 1653. Único músico de uma família de aristocratas, só aos treze anos iniciou seus estudos sistemáticos de violino e composição. Estudou em Bolonha, então importante centro de música instrumental, viajou pela França e alemanha.
Após um período de obscuridade, apareceu em Roma (1685), entre os violinistas da igreja de San Luigi dei Francesi, provavelmente a serviço do cardeal Ottoboni. Nessa época publicou suas primeiras obras: sonatas para 2 violinos e um baixo, com acompanhamento de órgão.
Por suas qualidades como homem e músico, desfrutou de estima e admiração de seus contemporâneos, sendo de notar a amizade que lhe dedicou a rainha Cristina da Suécia. Em pouco tempo Corelli alcançou sólida reputação junto aos altos círculos de Roma, não lhe faltando inúmeras homenagens. Chamaram-no de �arcanjo mesmo� e �verdadeiro Orfeo�.
Experiências humilhantes como intérprete levaram Corelli a um recolhimento melancólico. Morreu em Roma, a 8 de janeiro de 1713, mas nem por isso deixaram de lhe homenagear a memória. Foi sepultado no Panteão de Roma, perto de Rafael.
Suas obras para violino e cravo, em nobre estilo clássico, foram, durante o século XVIII, usadas para fins didáticos, enquanto hoje se lhes reconhece grande valor estético. Considerado fundador da escola clássica do violino, exerceu influência moderadora num momento de grande entusiasmo pelo virtuosismo.
Foi Corelli que emancipou o violino das funções de mero acompanhador, completando o processo de dignificação do instrumento iniciado com a genialidade artesanal dos Stradivarius, Guarnieri, amati. Estabeleceu as bases de uma literatura violinística onde a sonata-forma, pioneira da música moderna instrumental, já se anuncia.
É uma sonata a sua obra mais conhecida até hoje: a folia, que integra uma coletânea compreendida no Op. 5 (1700). O significado de "folia" talvez venha a ser o de uma dança espanhola de grande nobreza. Também o concerto grosso teve de Corelli um tratamento ampliador no gênero, destacando-se o Concerto Grosso n.º 8 Op. 6 (1714).