Guillaume Dufay nasceu em Cambrai (França), em 1397. Depois de ter aprendido música como menino do coro da catedral de Cambrai, entrou para o serviço de Carlo Malatesta, senhor de Rimini (c.1419-1426). Depois, foi chantre da capela pontifícia em Roma, Florença e Bolonha (1435-1437), e músico do duque de Sabóia (1434-1535 e 1437-1444). Parece que a partir de 1445, fixou em Cambrai a sua residência principal, fazendo, no entanto, numerosas, embora breves, viagens, principalmente às cortes de Borgonha e Sabóia, a Turim e a Besançon, no Bourbonnais.
A sua celebridade foi então considerável, e a sua autoridade musical exerceu uma influência benéfica sobre uma grande parte da Europa. Como testemunho de admiração, as personagens mais ilustres deram-lhe a sua amizade (Carlos, o Temerário conta-se entre os seus legatários), bem como pensões, prebendas e títulos lucrativos: foi cantor do duque de Borgonha, cônego em Tournai, Bruges, Lausanne, Mons e, sobretudo, a partir de 1435, em Cambrai (França), onde morreu em 27 de novembro de 1474.
Foi, na verdade, o maior músico da primeira metade do século XV e também o maior que a história da música tivera até então. Homem de grande cultura, soubera, ao longo das suas numerosas viagens, assimilar as técnicas francesa, inglesa e italiana, para delas fazer uma síntese surpreendente. Criou o modelo perfeito da missa polifônica construída sobre um Cantus firmus (tema litúrgico ou profano que serve de base e fio condutor a toda composição), modelo cuja fecundidade se manifestou até o final do século XVI.
Escreveu 9 missas (entre as quais Se la face ay pale, L'Homme armé caput, Ecce ancilla domini, ave Regina coelorum) 35 fragmentos de missas, 5 Magnificat, cerca de 80 motetos e hinos (sagrados ou profanos), 75 canções francesas.