Francesco Durante nasceu em Frattamagiore, perto de Nápoles, em 31 de março de 1684. Aluno de seu tio, Don angelo Durante, no Conservatório de São Onófrio, em Nápoles, e, talvez, de Pitoni, em Roma. Mais tarde ele próprio foi professor nos conservatórios napolitanos dos Poveri di Gesu Cristo (1728-1739), de São Onófrio (1745-1755) e Santa Maria di Loreto (1742-1755).

A sua biografia é muito incompleta: nomeadamente, perdeu-se a sua pista entre 1711 e 1728, época em que se crê que permaneceu em Roma e, talvez, em Saxe. Homem simples, íntegro e sensato, era respeitado tanto pelo seu talento como pela nobreza e justiça de seu caráter. Casado três vezes, perdeu prematuramente as duas primeiras mulheres.

A primeira quase o arruinou por causa do vício do jogo e, um dia, vendeu os seus manuscritos, sem que isso alterasse o seu temperamento pacífico (tornou a transcrever de memória as partituras vendidas). A segunda, bela e encantadora, fora a sua criada. Amava-a ternamente, mas, quando ela morreu, teve a serenidade suficiente para compor e dirigir a música das exéquias, que foi executada em sua casa, antes de ele próprio a colocar no caixão. Durante morreu em Nápoles em 13 de agosto de 1755. Segundo Paisiello, devido a uma indigestão de melões.

A sua reputação estendeu-se a toda Europa, como prova a dispersão dos seus manuscritos (as coleções mais importantes encontram-se em Viena e, sobretudo, no Conservatório de Paris). Entre os seus numerosos alunos, encontram-se Pergolesi, Traetta, Sacchini, Piccini, Paisiello. Ao contrário dos outros músicos napolitanos da sua época, não escreveu para o teatro; particularidade que confirmaria a hipótese de uma formação romana ou, pelo menos, de uma estada prolongada em Roma.

Uma das principais qualidades da música de Durante reside na liberdade e pureza da invenção melódica que se alia a uma certa fantasia na polifonia, pela qual se opunha a L.Leo, mais velho do que ele, guardião, na sua música religiosa, das mais severas tradições contrapontísticas (ou seus defensores e alunos, os "durantisi" e os "leisti", defrontaram-se, durante algum tempo, numa disputa estética sem gravidade).

Escreveu 3 oratórios (perdidos), cerca de 14 missas, uns 50 motetos, salmos ou hinos, 6 cantatas profanas, 18 duetos para soprano e contralto, 8 Quartetos concertantes, um concerto para cravo, uma sonata para órgão, obras para cravo (sonatas, divertimentos, fugas, partitas).