Giovanni Gabrielli nasceu em Veneza em 1557. Pouco se sabe sobre o início de sua carreira artística. No entanto, é certo que em 1585 já era, juntamente com seu tio e mestre, organista em São Marco. G.Gabrieli morreu em Veneza a 12 de julho de 1612.

Como compositor, G.Gabrieli levou a policoralidade a prodígios de colorido sonoro, de viva afinidade espiritual, com os pintores do Cinquecento veneziano. Suas obras mais importantes são as Sinfonias sacras (1597), para seis e até dezesseis vozes. O procedimento contrapontístico já se apresenta sem as complicações dos mestres flamengos e também é bastante diverso do estilo palestriniano. A mobilidade sábia das vozes é utilizada como aprofundamento expressivo dos textos.

As mais poderosas dessas obras são o Miserere (seis vozes), o Domine Jesu Chirste (oito vozes), Jubilate Deo (Regozijai-vos em Deus) (oito vozes), ascendit Deus (Deus ascende) (dezesseis vozes) e o célebre Benedictus (três coros).

Parte dessas obras é ideada com o acompanhamento instrumental, substituindo, em parte, as vozes humanas, como na Sonata para piano e forte, para dois coros de trombonetes. G.Gabrieli antecipou a evolução da música instrumental.