Mozart Camargo Guarnieri nasceu em Tietê (SP), a 1.º de fevereiro de 1907. Estudou em São Paulo com Ernani Braga e Sá Pereira (piano) e com Mário de andrade (composição). Mário de andrade seria seu amigo e companheiro de sempre, e Camargo Guarnieri também foi colega seu como professor no Conservatório de São Paulo. Em 1938 passou o compositor uma temporada de aperfeiçoamento em Paris, estudando com Koechlin e Nadia Boulanger.

Uma das primeiras obras publicamente executadas do compositor, a Sonatina (1929), já revela todas as características do seu estilo: o nacionalismo radical, avesso às modas internacionais da música moderna, e uma modernidade baseada no estudo do folclore musical nacional, especialmente no paulista.

A Tocata para piano (1935) é um modelo desse seu estilo e é, hoje, uma das suas obras mais queridas, assim como a Toada triste (1940). O compositor mostrou-se como mestre já perfeito em outra das suas obras mais conhecidas, a flor do Tremembé (1937), para 15 instrumentos (entre eles, instrumentos típicos brasileiros) e percussão.

O sucesso internacional de Camargo Guarnieri veio com os prêmios conferidos a obras suas nos Estados Unidos: o Concerto para violino (1942), o Quarteto para cordas n.º 2 (1944) e sobretudo as Sinfonias n.º 1 (1944) e n.º 2 (1948), que são geralmente consideradas como obras-primas do mestre.

A obra de Camargo Guarnieri é bastante volumosa. Trabalhos de maior importância são ainda: a suíte IV Centenário (1954), o Choro para piano e orquestra (1957) e a suíte Vila Rica (1958), para orquestra. Camargo Guarnieri também escreveu duas óperas, entre elas, Pedro Malasarte (1932), cantatas e lieder sobre textos de Mário de andrade e outros poetas contemporâneos brasileiros. Camargo Guarnieri morreu em 1993. O mestre é geralmente considerado como o maior compositor brasileiro depois de Villa-Lobos.