Claude Le Jeune nasceu em Valenciennes (França), em 1528. Pouco se sabe sobre a sua vida. Em 1554, apareceu em Lovaina a sua primeira coletânea de canções. Em c.1580 foi mestre de música de duque de anjou. Quando da "journée des barricades" em 1558, os seus amigos huguenotes incitaram-no a fugir de Paris com os seus manuscritos. Preso pelos soldados da Liga, deve a sua salvação e salvaguarda das suas obras (que quase foram queimadas) ao seu amigo católico, o compositor Mauduit.

Em 1598, apareceu uma das suas mais belas coletâneas: o Dodécachorde contentant 12 psalmes de David (versão de Marot e Beze); segundo pode ler-se no frontespício, era então, compositor de música de câmara do rei (privilégio de edição e altas funções concedidas, sem dúvida, por Henrique IV por aplicação do Édito de Nantes). Le Jeune morreu em Paris, em setembro de 1600.

Numa publicação póstuma, Le printemps, contendo cerca de 39 canções, um importante prefácio "sobre a música mensurada" precisa que Le Jeune conseguiu melhor do que ninguém a união da harmonia moderna e da métrica antiga, segundo os princípios de antoine de Braïf. Este poeta fundara, em 1570, uma academia para estimular a composição de música sobre versos franceses, medidos segundo a prosódia clássica (a métrica poética, definida pela divisão das breves e longas, deve ser considerada a alma da música).

A última coletânea de salmos de Le Jeune (publicada por sua irmã em 1613) foi grandemente difundida na igreja calvinista, que ainda a utiliza hoje em dia. As peças desta coleção, são na sua maioria, tratadas em contraponto simples, nota contra nota, cabendo o tema principal ao tenor. Na sua sobriedade, favorável ao canto coletivo, possuem uma beleza real: mas as obras-primas de Le Jeune são os grandes salmos, magnificamente elaborados, da coletânea de 1598 (Dodécocharde) e as canções francesas, algumas das quais atingem proporções consideráveis (por exemplo, Ma mignonne, da coletânea Le printemps).

Deixou ainda cerca de 500 salmos (incluindo pelo menos, duas versões mais completas do Saltério de Genebra), grandes motetos latinos (nos livros de Meslanges), mais de 200 canções francesas, uma Missa ad placitum.