Duarte Lobo nasceu em Lisboa, em 1565. A escassez de dados seguros sobre a vida deste compositor (um dos maiores de todos os tempos) é compensada, felizmente, pela existência de grande parte de suas obras que, na época, tiveram o mérito e a sorte de serem editadas em antuérpia. Apoiado pela casa real portuguesa, protegido pelo cardeal D. Hernique, Eduardus Lupus, como ele se assinava em latim, repartiu a sua atividade entre Évora e Lisboa como mestre de coro e de capela e como professor. Lobo morreu em Lisboa, em 24 de setembro de 1646.

Há quem veja nele o maior polifonista português de todos os tempos. Não podemos hoje partilhar esta mesma opinião num sentido absoluto. Temos de aceitar, contudo, que estamos perante um dos maiores compositores portugueses de sempre, já pelo elevado volume das suas obras, já pela perfeição e qualidade de tudo quanto escreveu.

Existem hoje em Coimbra, Évora, Vila Viçosa, Villadolid, Sevilha, Munique e Viena exemplares de quase tudo o que dele foi editado em antuérpia (Platin, 1602-1639) bem como Lisboa (Craesbeck, 1607). E o Museu Britânico conta com um bom número de manuscritos que contém obras de Lobo, como missas, motetos, etc.

As obras editadas na época são as seguintes: 1 - Opuscula: Natalitiae noctis responsoria, 4 et 8 v.: Missa... 8 v.: Beata Maria virginis antiphonae, Eiusdem virginis salve, Choris, 3 et Il v. (antuérpia, Platin, 1605). 4 - Liber processionum et stationum ecclesiae olyssiponensis (Lisboa, Craesbeck, 1607). 5 - Liber missarum, 4, 5, 6 et 8 v. (antuérpia, Platin, 1621). Liber II, Missarum 4, 5 et 6 v. (antuérpia, Plantin, 1539).

Subsidiado pelo Instituto de alta Cultura, saiu, em notação atual, um volume de Composição polifônica de Duarte Lobo, em 1945, por Manuel Joaquim.