Bohuslav Martinu nasceu em Policka (Boêmia), em 8 de dezembro de 1890. Graças às lições de um amador, aos oito anos tocava regularmente violino e aos dez compôs um quarteto para cordas. No conservatório de Praga interessava-se mais pelo teatro do que pelo contraponto: foi expulso, e embora tenha frequentado, durante algum tempo, a célebre escola de órgão de Praga e tido lições com Suk, foi, em grande parte, autodidata.
Depois de ter sido, entre 1913 e 1923, violinista na Orquestra Filarmônica Tcheca, partiu para Paris a fim de trabalhar com Roussel. Viveu lá até 1940, em condições materiais difíceis, casou com uma francesa e pertenceu ao grupo de músicos estrangeiros a que se chamou Escola de Paris. Graças a Talich, na Tchecoslováquia, ansermet e Sacher, na Suíça, Münch, na França, e Koussevitzky, nos Estados Unidos, a sua obra impôs-se pouco a pouco, mas só obteve os primeiros êxitos em 1938, quando foram criados o seu Concerto Grosso e o seu Concerto duplo para 2 orquestras de cordas.
Fugindo da invasão nazista, deixou Paris e, depois de ter atravessado a França e Portugal, embarcou para os Estados Unidos. aí, Koussevitzky encomendou-lhe a sua Sinfonia n.º 1, M.Elman um Concerto para violino, e escreveu as Memorial Stanzas para piano e violino, em honra a albert Einstein, bom violinista amador.
Tornou-se cidadão norte-americano e foi nomeado professor da universidade de Princeton. Depois da guerra, ensinou, durante algum tempo, no conservatório de Praga, mas conserando a nova nacionalidade. Fixou-se depois em Roma, sob os auspícios da academia americana. Martinu morreu em Liestal (Suíça), em 28 de agosto de 1959.
É impossível descobrir uma unidade de estilo na obra imponente de Martinu. Nela encontramos o melhor e o pior (desigualdade imputável à sua formação pouco ortodoxa e ao seu caráter instransigente); sendo o que deixou de melhor representado por algumas obras de orquestra e pela música de câmara (que inclui um sexteto muito belo), música sempre sedutora devido à sua vitalidade, originalidade e uma hábil escrita instrumental.
Escreveu 10 óperas, 10 bailados, música de filmes e rádio - Missa no campo de honra (Polsi mse), Natividade do Senhor para coros e orquestra, 5 madrigais tchecos, Concerto Grosso, Concerto duplo para 2 orquestras de cordas, 6 sinfonias, Invenções (3) para orquestra, poemas sinfônicos (entre os quais, Lidice, em homenagem à aldeia mártir), numerosos concertos ou concertinos para diversos intrumentos, música de câmara (sexteto, 7 quartetos para cordas, 3 sonatas para piano e violino, 2 sonatas para piano e violoncelo), peças para piano, melodias inspiradas no folclore tcheco.