Giovanni Pierluigi da Palestrina nasceu na cidade de Palestrina (Itália), segundo se acredita a 17 de dezembro de 1525. Em 1537 fazia parte do coro infantil da basílica Santa Maria Maggiore, em Roma, onde estudou música e órgão. Mestre de canto e organista da catedral de Palestrina por algum tempo, voltou depois a Roma como chefe de música da capela Giulia da basílica de São Pedro, no Vaticano, cargo que ocupou de 1551 a 1556.

Publicou seu primeiro livro de missas em 1554. Com a ascensão do papa Paulo IV, foi afastado da capela papal por ser casado. Passou a dirigir o coro da basílica de São João em Laternao (1556-1560). Voltou a Santa Maria Maggiore e ensinou música em seminários de Roma.

Em 1556, apresentando aos bispos e teólogos reunidos no Concílio de Trento a missa dedicada ao papa Marcelo, teve o sucesso desejado e impediu, assim, que fosse proibida a música polifônica pelo concílio. Em 1571, com a morte de animuccia, voltou ao seu antigo lugar na capela Giulia, tendo travado conhecimento com Filippo Neri, fundador da Congregação do Oratório. Já como o mais famoso músico de Roma da época, Pelestrina foi nomeado em 1578 chefe de música da basílica de São Pedro. Palestrina morreu em Roma a 2 de fevereiro de 1594.

Admirado, em vida, não só por papas e cardeais, mas também por príncipes italianos e estrangeiros, Palestrina dedicou-lhes inúmeros motetos e missas. É um dos maiores representantes da música polifônica à capela, ou seja desacompanhada. Surgiu em pleno período da Contra-Reforma e desempenhou importante papel na simplificação da polifonia, de modo a tornar compreensíveis as palavras do texto da liturgia. Sua música, pela pureza e rigor litúrgico, representa o supremo total da Contra-Reforma.

Palestrina procurou mostrar que só a voz humana é digna de louvar o Criador. De profunda religiosidade são suas missas, escritas sobre textos gregorianos, profanos, livres ou inspirados nos próprios motetos. Quanto a estes últimos, refletem o mesmo espírito, sereno e recolhido, das missas.

A enorme produção musical de Palestrina mantém-se sempre no mesmo nível de alta qualidade. De sua autoria são 105 missas, para quatro e oito vozes, e, em alguns casos, doze. Dentre elas destacam-se a historicamente famosa Papa Marcelo, alma redemptoris, Beatus Laurentius, Ecce Johannes, Super voces, O admirabile commercium, O magnum mysterium, Quem dicunt homines, Tu es pastor, Tu es Petrus, Viri Galilaei, Hoje nasceu o Cristo, para a noite de Natal, e a serena Pro defunctis. Sua obra-prima é a missa Maria subiu aos céus, em seis partes, seguindo de perto o princípio do cantochão gregoriano.

Dos 600 motetos compostos por Palestrina, muitos ainda hoje são cantados em igrejas de todo o mundo. Entre eles: Surge illuminare e O magnum mysterium; os Magnifacts, sobretudo o no 4.º tono; o Salve Regina, para quatro vozes; o Dum complerentur, para o domingo de Pentecostes; Tribularer si nescires; o melancólico Paucitas dierum, relatando as atribulações de Jó; Pange lingua, Viri Galilaei, e accepit Jesus calicem.

Igualemente belos são os salmos Super flumina e Sicut cervus. Seu moteto mais famoso é talvez o menos típico: Stabat Mater, romântico avant la lettre. Importantes, pelo seu conteúdo altamente dramático são as Lamentações e os Improperia, recitados durante a Sexta-feira da Paixão.

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