Alessandro Stradella nasceu em Roma, em 1.º de outubro de 1644. Conhece-se poucos fatos verdadeiros acerca de sua vida agitada: mas as lendas de que foi herói ficam, provavelmente, aquém da realidade. Nada se sabe sobre os seus estudos (poderia ter se formado em Nápoles) e ignora-se a data da maior parte das suas composições. Ensinava canto em Veneza, quando raptou uma tal de Hortênsia, noiva de um senador, com quem fugiu, provavelmente não para Roma (como diz a tradição), mas para Turim, onde teria estado, durante algum tempo, ao serviço da regente Marie de Nemours e onde, segundo um documento da época, teria escapado de uma tentativa de assassinato.

Parece que teve um filho, mas ignora-se que tenha casado com Hortênsia. Segundo a lenda, teria fugido para Roma com a amante de um alto funcionário veneziano. Aí, uns assassinos contratados, que o perseguiam, teriam desistido dos seus propósitos criminosos, depois de uma audição do oratório San Giovanni Battista que os teria perturbado (em São João Latrão) e teriam prevenido o casal do perigo que corria! Então, Stradella teria fugido com a sua dama e teria sido assassinado em lugares e datas que variam segundo os biógrafos. Hoje em dia, está provado que morreu em Gênova (Itália), em 28 de fevereiro de 1682, e é provável que tenha mesmo sido assassinado (mas ignora-se por que motivo).

A sua obra é, em grande parte, muito característica da escola napolitana (o que permite supor que tenha estudado em Nápoles). a sua notável invenção melódica, de um intenso lirismo, coloca-o entre os maiores mestres italianos de seu tempo. No gênero do oratório, que enriqueceu consideravelmente, foi o principal elo de união entre Carissimi e Händel: e abriu caminho a Scarlatti nas suas cantatas de câmara.

Escreveu óperas e serenatas, árias, duetos e cantatas (1 a 3 vozes com instrumentos ou baixo contínuo), grandes oratórios (entre os quais San Giovanni Battista, a sua obra-prima), motetos (1 a 5 vozes com instrumentos), madrigais, concertos para cordas.