André Campra nasceu em aix-en-Provence (França) em 4 de dezembro de 1660. Filho de um cirurgião natural de Turim, foi, sucessivamente, mestre de música nas catedrais de Toulon, arles, Toulouse e, finalmente, na Notre-Dame de Paris (1694-1700).
Em 1697 virou-se para o teatro, o que, em breve, fez com que fosse destituído das suas funções eclesiásticas. Tornou-se então, mestre de música do príncipe de Conti e, depois, mestre da capela real (1723) e diretor musical da ópera (1730). Campra morreu em Versalles (França) em 29 de junho de 1744.
Nos gêneros do moteto e da tragédia lírica, tal como tinham sido cultivados, respectivamente, por Delalande e Lully, o gênero meridional de Campra introduziu um eco no novo estilo italiano, que então se desenvolvia nos oratórios e óperas de a.Scarlatti. Foi, por outro lado, o verdadeiro criador da ópera-bailado, cujo gênero tivera origem, dois anos antes, no Ballet des saisons, de Colasse.
Cronologicamente, as obras dramáticas de Campra situam-se exatamente entre as de Lully e Rameau, garantindo a continuidade da ópera francesa entre duas grandes épocas. Algumas das suas obras mantiveram-se no repertório da ópera durante cerca de um século.
Obras dramáticas - 9 das quais foram compostas para o colégio de jesuítas Luís, o Grande e a maior parte das restantes para a ópera: 12 óperas ou tragédias líricas - entre elas Tancredo e Camila -, 8 óperas-bailados - entre as quais figuram l’Europe galante e O carnaval de Veneza -, 15 intermezzos, divertimentos, etc., 5 arranjos ou pastiches - sobre a música de Lully, Charpentier, Colasse.
Obras religiosas - 5 livros de motetos, 2 livros de salmos - dedicados à Luís XIV -, uma missa ad majorem dei gloriam para 4 vozes, um Requiem.
Canto solista - 3 livros de cantatas francesas e árias dispersas em várias coletâneas da época.