Leos Janacek nasceu em Hukvaldy, próximo a Ostrava, na Morávia, via (Rep. Tcheca), em 3 de julho de 1854. A sua região natal (próxima da fronteira com a Polônia) possui um rico folclore, cujo caráter modal é pouco freqüente no resto do país. Esta música popular marcou muito profundamente a sensibilidade do futuro músico. Seus pais, que gostavam muito de música, mandaram-no para o mosteiro agostinho de Brno, onde foi aluno de Krizkovsky. Mais tarde, estudou na escola de órgão de Praga e, depois, em Leipzig e em Viena.

Entretanto, foi nomeado mestre de coros da catedral de Olomuc e diretor da Orquestra Filarmônica de Brno. Em 1881, abriu, em Brno, uma escola de órgão (isto é, um conservatório), que dirigiu em 1903. Foi a época das suas primeiras composições originais. Mas as suas obras-primas são posteriores a 1900: a cantata amarus (1901) e Jenufa (1903). Mas teria de esperar até os 62 anos para conhecer o êxito (reposição de Jenufa em Praga em 1916). O músico morreu em Ostrava, em 12 de agosto de 1928.

Esta carreira excepcionalmente pouco precoce explica-se pela profunda originalidade da obra de Janacek, pela sua aparente incoerência a uma leitura desatenta. No entanto, de obras-primas como Jenufa ou Da casa dos mortos emana uma força emocional que só tem equivalente em Boris Godunov (não há qualquer semelhança formal entre Mussorgsky e Janacek, mas tanto um como o outro são inconformistas e solitários, conduzidos por um instinto seguro da sua arte).

Ao estilo muito pessoal de Janacek ligam-se duas idéias fundamentais: a subordinação das técnicas de modulação ao tempo e ao ritmo (o emprego de acordes modulantes é tão menos necessário quanto mais rápido é o movimento) e, por outro lado, a necessidade, na música vocal, de retirar da linguagem falada a forma das células melódicas de base. As únicas influências que sofreu são do folclore (que não cita nas suas obras, mas recriou) e, em menor medida, de Smetana e Dvorak.

Obras: teatro - um bailado Rakos racoczy e 9 óperas, entre as quais as suas obras-primas Jenufa, Katia Kabanova, a raposinha matreira, Da casa dos mortos; música coral - uma missa eslavona, motetos, 3 cantatas para solistas, coros e orquestra, numerosos coros à capela (admiráveis); canto solista - uma coletânea Diário de um desaparecido, uma obra-prima para tenor, contralto, 3 vozes femininas e piano, coleções de canções populares; música instrumental - Taras bulba (rapsódia eslava para orquestra), Sinfoneta para orquestra, poemas ou baladas sinfônicas, concertino e capriccio (mão esquerda) para piano e orquestra de câmara, 2 quartetos para cordas muito belos, uma sonata para violino, uma sonata para piano.

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