Zoltán Kodály nasceu em Kecskemét (Hungria), a 16 de dezembro de 1882. Em 1900 passou a residir em Budapeste, onde cursou a academia de música e a universidade. Nesta última especializou-se em filologia, o que mais tarde veio a refletir nos textos de suas obras corais, as mais importantes que escreveu.
A partir de 1903, Kodály dedicou-se ao estudo da música popular húngara. Estreita sua amizade com Bartók, de quem passa a ser colaborador nas pesquisas sobre o folclore musical dos Balcãs. Tal colaboração teve conseqüências notáveis. Uma delas foi estabelecer a distinção entre a legítima música húngara e a música dos ciganos húngaros, que ainda o próprio Liszt havia confundido.
Outra conseqüência foi a publicação de inúmeras canções populares, cientificamente comentadas. Mesmo após a morte de Bartók (1945), as atividades etno-musicólocas de Kodály continuaram intensas, trazendo-lhe vivo prestígio nos meios culturais da Hungria. Kodály morreu em Budapeste a 5 de março de 1967.
Paralelamente às suas pesquisas, Kodály afirmou-se como compositor, sobretudo a partir dos Salmos húngaros, trabalho grandioso, de elevado patriotismo, composto para celebrar o 50.º aniversário da unificação das cidades de Buda e Pest (1923). Já no Quarteto n.º 2 Op. 10 (1917), sua maneira de utilizar o folclore magiar tinha-se revelado admirável. Mas são nas peças corais que alcança a plenitude de seu talento, demonstrando também o resultado dos estudos filológicos aplicados aos textos. Quase ao mesmo nível do Salmos húngaros situa-se o Te Deum (1926).
Muito interessante também é a ópera cômica Háry Janós (1926), baseada em contos populares húngaros, da qual extraiu uma suíte para orquestra, conhecida em todo o mundo.
Sem a transcendência da obra bartokiana, a de Kodály possui, no entanto, largos méritos. Inclusive contribuiu para dar a seu país uma música autenticamente nacional. E influiu vivamente na formação dos mais novos compositores magiares.