Francisco de Lacerda nasceu em São Jorge, açores, em 11 de maio de 1869. O seu nome completo é Francisco Inácio da Silveira de Sousa Pereira Forjaz de Lacerda. Tendo iniciado, ainda criança, o estudo de piano com seu pai, continuou no Porto para onde foi cursar medicina, que acabou por deixar para se dedicar exclusivamente à música, a conselho de Soller, mudando-se então para Lisboa. Enquanto ensinava piano no conservatório desta cidade, obteve uma bolsa do Estado e partiu para Paris.
Lá, no Conservatório, continuou os seus estudos teóricos e aperfeiçoou-se no órgão. Mas foi em 1987 que, ao matricular-se na Schola Cantorum, e tendo como professor de órgão e composição Indy, este descobriu o seu talento de chefe de orquestra, abrindo-lhe as portas para uma longa e célebre carreira, à frente das melhores orquestras européias, nos mais importantes concertos, festivais e temporadas musicais.
Embora a sua principal atividade tenha sido a de chefe de orquestra, não se pode deixar de recordar que, concomitantemente, foi conferencista, estudioso do folclore, professor de direção de orquestra, tendo tido alguns alunos que se tornariam célebres, e, por fim, compositor. Lacerda morreu em Lisboa, em 18 de julho de 1934.
Entre as suas obras principais são de destacar as seguintes: Trovas para canto e piano, editados em 1973 pela F.C.Gulbenkian no vol. XXIV de Portugaliae Musica (algumas delas tiveram também varsão para voz e orquestra); 2 poemas sinfônicos de inspiração lusitana intitulados almourol e alcácer; música de cena para a intrusa (Maeterlink), peças para piano, para órgão e para trio e quarteto para cordas. Publicou ainda o Cancioneiro musical português do qual sairam 6 fascículos com melodias acompanhadas ao piano.