Jean-Marie Leclair nasceu em Lion (França), em 10 de maio de 1697. Depois de ter aprendido a profissão de seu pai (passamanaria), tornou-se bailarino, ao mesmo tempo que cultivava os seus dons de violinista amador. Em Turim, onde se apresentava como primeiro bailarino e professor de bailado, conheceu o grande violinista Somis, de quem veio a ser aluno. Fixou-se em Paris em 1728 obtendo um êxito imediato no Concert spirituel e na corte.
Tendo-se tornado membro da orquestra real, em condições que lhe não convinham, apresentou a sua demissão dois anos mais tarde, dirigiu-se para Holanda para conhecer Locatelli, passou um ano em Chambéry, junto do infante da Espanha, e voltou para Paris, onde foi primeiro violino na orquestra privada do duque de Grammont. Leclair foi assassinado na noite de 22 de outubro de 1764 e nunca chegou-se a descobrir o móbil ou o autor do crime.
Leclair foi o maior mestre francês do violino e um dos maiores violonistas do seu tempo. Teve dois irmãos músicos (Jean-Marie, o Novo e Pierre). Como F.Couperin, procurava realizar a fusão dos estilos francês e italiano e conseguiu-o no em uma obra original, de extrema elegância, onde se não sabe o que deveremos admirar mais: se o brilho da escrita do violino, se a riqueza da invenção melódica ou a maravilhosa habilidade do contraponto.
A edição moderna completa sob a direção de M.Pincherele conta com a ópera Scylla et Glaucus, sonatas para violino solo, 49 sonatas para violino ou flauta e baixo contínuo, 12 sonatas para 2 violinos, sonatas-trio (2 violinos e baixo contínuo), 11 concertos para violino, um concerto para flauta ou oboé.