Nicola Porpora nasceu em Nápoles, em 17 de agosto de 1686. Filho de um livreiro, ingressou aos dez anos no Conservatório Dei Poveri, em Nápoles, onde foi provavelmente aluno de Greco. A sua primeira ópera, agrippina, foi representada em 1708, no aniversário de Carlos III da Espanha (rei de Nápoles e depois imperador da alemanha).
Acabara de ser nomeado mestre de capela do príncipe de Hasse-Darmstadt (comandante dos exércitos imperiais e governador de Mântua). Entre 1715 e 1722, foi primeiro maestro no Conservatório de San Onofrio de Nápoles; tinha, também, alunos particulares e começara a gozar de uma grande reputação como professor de canto: entre os seus alunos, contam-se os célebres castrati Farinelli e Caffarelli, bem como o libretista Metastasio.
Seguidamente, fixou-se em Veneza, onde foi nomeado professor do Ospedali degli Incurabili, um conservatório para moças (1726-1733). Em 1733, foi convidado para compositor da opera od the Nobility, de Londres: foi rival de Händel e apresentou, em várias das suas óperas ou serenatas, o seu aluno-vedeta Farinelli. Ao mesmo tempo que se dedicava aos seus alunos particulares composição, foi, sucessivamente, primeiro maestro no Conservatório de Santa Maria di Loretto em Nápoles (1739-1741), no Ospedale della Pietá e no Ospedaletto em Veneza (1742-1747), mestre de canto da princesa Maria antonia em Dresden (1747-1751).
Em c.1752, fixou-se em Viena, onde o jovem Haydn, que morava numa desvão da casa de Metestasio, se tornou seu aluno e fatote (criado, acompanhador, etc.). Em 1758, regressou a Nápoles onde ocupou os lugares de primeiro maestro extraordinário de Santa Maria di Loretto e mestre de capela da catedral. Mas terminou os seus dias na mais completa indigência: Porpora morreu em Nápoles, em 3 de março de 1768.
Excetuando algumas peças instrumentais, a sua obra não sobreviveu. Demasiado marcada, talvez, pelo gosto de uma época, a sua arte notável da escrita vocal é um dos melhores exemplos da decadência do bel canto, onde uma ornamentação delirante desfaz o interesse melódico. Escreveu 50 óperas (todas sérias, com exceção de 5 e, onde os principais papéis masculinos, sobrecarregados de vocalismos e de ornamentos de toda a espécie, estão, de um modo geral, confiados a castratti, sopranos ou contraltos), serenatas, cerca de 12 oratórios, cantatas ou dramas sacros, 6 missas, cerca de 50 motetos, 6 duetos latinos para a paixão (magníficos), 6 sinfonias de câmara, um concerto para violoncelo, 12 sonatas para violino.