Jean Jacques Rousseau nasceu em Genebra (Suíça), em 28 de junho de 1712. Os estudos musicais do ilustre escritor parecem ter sido sumários, uma vez que foi, durante toda a vida, um leitor deplorável e um harmonista medíocre. No entanto, exerceu uma profunda influência na música francesa ao favorecer o nascimento da ópera cômica. A sua Le devin du village, encantadora pastoral sem mérito excepcional, representada em Fontainebleau, perante o rei, em 1752, teve um êxito considerável durante 60 anos. Rousseau morreu em Fontainebleau (França), em 2 de julho de 1778.

A produção de Le devin du village coincidiu com a célebre Querelle des bouffons, absurda guerra dos panfletos que opunha os partidários da música italiana aos da música francesa. Os antagonistas teriam, talvez, contentado com as escaramuças espirituais e o combate teria terminado honrosamente para os dois partidos, se Rousseau não tivesse saído à liça com uma violência inesperada, lançando o anátema sobre os melhores músicos (entre eles, Rameau) e defendido ideais dignos de apreço (como a supremacia da melodia) com tanta obstinação, tanta ignorância e tantos argumentos especiosos que teria destruído, apesar do seu talento e do seu espírito, qualquer causa antecipadamente ganha.

Rousseau é autor da ópera Les muses galantes, Devin du village (intermezzo), Pigmalion (cena lírica falada com acompanhamento musical), Daphnis e Chloé (ópera inacabada), 5 motetos, cerca de 100 romances e peças diversas. Devem-se-lhe alguns escritos sobre a música, entre os quais, o Dicionário da música, os artigos sobre a música na Enciclopédia (cujos erros foram denunciados por Rameau), Lettre sur la musique française (que demonstra que esta música francesa não existiu e nem existirá nunca).