Vincenzo Bellini nasceu em Catânia (Itália) em 3 de novembro de 1801. Filho de um humilde organista siciliano, foi enviado para Nápoles, graças à generosidade de um rico senhor da Catânia que o fez entrar para o Conservatório (dirigido então por Zingarelli). Aí, teve a segunda grande oportunidade da sua vida, quando conseguiu que as suas obras fossem ouvidas pelo célebre empresário Domenico Barbajo que, entre 1826 e 1829, lhe encomendou três óperas para o San Carlo e Scala.
O êxito sorriu à Bellini, tanto no amor como na arte, de modo quase que permanente. Em 1833, foi a Paris onde, por indicação de Rossini, o Teatro Italiano lhe encomendou O puritano. Bellini, que tinha um tumor no intestino, morreu quase que subitamente na casa de um amigo, em 23 de setembro de 1835, na cidade de Puteaux, em frente à ilha de amour.
O seu funeral realizou-se nos Inválidos: a cerimônia foi dirigida por Rossini, Cherubini, Paer, Carafa e Habeneck; Rubini, Ivanov, Tamburini e Lablache cantaram melodias do músico adaptadas à liturgia. Foi sepultado no Pere Lachaise, mas os seus restos foram exumados, em 1876, e transportados para uma sepultura definitiva em Catânia.
Bellini é autor de 11 óperas, entre as quais: Capuletos e montéquios (Veneza, 1830), a sonâmbula (Milão, 1831), Norma (Milão, 1831), O puritano da Escócia (Paris, 1835). Foi um dos maravilhosos criadores de melodias: como tal, exerceu uma profunda influência no gênio de Chopin. Ele próprio tinha estudado os quartetos de Haydn e de Mozart para encontrar aí a essência da inspiração melódica.
Não reteve mais nada, porque a sua harmonia e sua instrumentação são, muitas vezes, elementares. Mas, tal como são, as suas óperas são imortais: preciosas antologias do bel canto, são ricas em modelos de melodias puras, delicadas e flexíveis, em que o gênio conserva sempre uma medida delicada.