Luigi Cherubini nasceu em Florença, em 14 de setembro de 1760. A partir dos seis anos, aprendeu música com seu pai, músico do Teatro alla Pergola e, aos dezesseis anos, já tinha escrito um número importante de composições religiosas. Em 1778, o grão-duque da Toscânia mandou-o estudar em Veneza, sob a direção de Sarti. Aí, aprendeu, principalmente, o rigor do velho estilo polifônico italiano.

É nessa época que se orientou para o teatro e começou a compor uma série de óperas no estilo da escola napolitana. Em 1784, apresentou quatro óperas em Londres, sem grande êxito. Mas ocupou, durante um ano, o cargo de compositor do rei da Inglaterra. Em 1786, instalou-se em Paris e mudou radicalmente o seu modo de compor, em favor de um estilo de ópera dramática e expressiva, sobre libretos franceses, estilo muito pessoal, mais dentro da linha da reforma gluckista do que da tradição piccinista.

O êxito destas obras novas foi honroso, mas uma situação financeira precária - aliada à antipatia de Napoleão - teve a infelicidade de azedar profundamente o caráter deste misantropo. Em Paris, no entanto, Cherubini foi, sucessivamente, diretor do Teatro de Monsieur, nas Tulherias (1789-1792) - onde dirigiu obras de Paisiello, Cimarosa, anfossi, etc. -, inspetor do ensino no Conservatório organizado recentemente (1796-1814), superintendente da capela de Luís XVII (1816), professor de composição e, depois, diretor do Conservatório (1822 até a sua morte).

Em 1805, fora a Viena, onde Haydn e Beethoven lhe haviam exprimido a sua admiração pelas suas óperas e pela sua música religiosa. Encontrava-se aí quando arrebentou a guerra contra a França. Napoleão ocupou Viena e Cherubuni foi encarregado de organizar os serões do imperador, em Schönbrunn (1806). De regresso à França, dedicou-se quase que exclusivamente à música religiosa. Cherubini morreu em Paris, em 15 de março de 1842. Há um retrato seu, pintado por Ingres, no Museu do Louvre.

Escreveu numerosas missas - entre as quais, 2 Requiem -, motetos, obras religiosas diversas, 17 cantatas e obras de circunstâncias - como a cantata sobre a morte de Haydn -, 13 óperas italianas - incluem-se 2 pasticcios em colaboração, numerosas romanças, árias, duetos, cantos revolucionários, obras instrumentais, livros de ensino.