Domenico Cimarosa nasceu em aversa (Itália), em 17 de dezembro de 1749. Aluno de Tenaroli e, talvez, de Sacchini, no conservatório napolitano de Santa Maria di Loreto (1761-1772). Estreou-se em Nápoles, no carnaval de 1772, com a ópera bufa La stravaganze del conte, que teve um grande êxito. A partir de 1780, era considerado por todos como um rival de Paisiello e as suas obras eram representadas não só em Nápoles e em Roma, mas também em Veneza, Milão, Florença, Paris, Londres, Viena, Dresden, etc.
Chamado a São Petersburgo por Catarina II, foi, entre1787 e 1791, compositor da câmara de imperatriz e do teatro imperial. No regresso, ficou um ano em Viena como mestre de capela de Leopoldo II; aí, compôs e apresentou, em 1792, no Burg Theater, o seu Matrimônio secreto, que, depois, foi representado mais de 100 vezes consecutivas no Teatro dei Fiorentini, de Nápoles. Stendhal exprimiria mais tarde, em termos entusiásticos, a sua admiração por essa obra-prima.
Durante a efêmera República Pertenopeia (1799), Cimarosa aceitou dirigir a audição de um hino republicano, durante uma cerimônia organizada pelos franceses. Três meses mais tarde, o cardeal Ruffo reconquistou a cidade e prendeu o músico, apesar deste se ter apressado a escrever uma cantata para o regresso do rei Fernando IV. Foi condenado a deixar o reino e teve de se refugiar em Veneza, onde terminou os seus dias em 11 de janeiro de 1801. Acredita-se que o músico teria sido envenenado.
Cimarosa foi um dos maiores mestres da ópera bufa e os seus conjuntos prodigiosos são por vezes, dignos de Mozart. Escreveu cerca de 70 obras para o teatro, na sua maioria óperas bufas (entre as quais, La finta pagina, La vanita delusa, o já citado Matrimônio secreto, I traci amanti, Le astuzie famminili) - 6 oratórios, 7 cantatas, missas e outras obras religiosas - 32 sonatas para cravo, um concerto para piano, um concerto para oboé.