Luigi Dallapiccola nasceu em Pisino d'Istria, Trieste (Itália) em 3 de fevereiro de 1904. Quando nasceu, na província natal que pertencia ao Império austro-húngaro, os italianos e os indivíduos pró-italianos eram alvos de medidas discriminatórias. Em 1917, foi exilado para Gratz, juntamente com a sua família, uma vez que o seu pai foi declarado politsch unverslasslich: foi a oportunidade para se iniciar na música sinfônica e na ópera alemãs.

Depois da derrota do exército austro-húngaro, voltou a Pisino, libertada pelos italianos, e terminou os seus estudos musicais em Trieste, e depois, em Florença - Consolo e Frazzi. admirou Debussy, cujo Pelléas descobriu em Bolonha, em 1919. A partir de 1930, fez numerosas digressões de concertos com o violinista Materassi e dedicou-se a defender a música moderna, nomeadamente no quadro da SIMC de que se tornou delegado italiano. Dallapiccola morreu em Florença (Itália) em 18 de fevereiro de 1975.

Embora em 1924, tenha ouvido Pierrot lunaire, dirigido por Schönberg, o seu interesse pela música dodecafônica só data do seu encontro com Berg, em 1933. A sua primeira obra influenciada por esta técnica foi o Divertimento em quatro exercícios (1934). Utilizando muito livremente as regras do desenvolvimento serial, adaptou-as ao seus estilo pessoal - clássico e mediterrâneo -, renunciando ao neo-romantismo ou ao expressionismo dos músicos vienenses.

Na escolha de séries, evitou grandes intervalos dolorosos, tão caros a Webern e seus discípulos, preferindo os movimentos melódicos conjuntos, geradores de impressões tonais. Dotado de um sentido dramático notável e de uma técnica perfeita de escrita vocal, Dallapiccola deu o melhor de si próprio na música vocal. As suas óperas Volo di notte e, sobretudo, Il prigioniero contam-se entre as obras-primas do teatro lírico contemporâneo.

Além de 2 óperas - Volo di notte (Florença, 1940), segundo o romance de Saint-Exupéry e Il prigioniero (Florença, 1950) -, escreveu o bailado Marsia, grandes obras corais, entre elas Job - sacra representação para solistas, coros e orquestra -, Canti di prigionia e Canti di liberazione, Divertimento em quatro exercícios para soprano e cinco instrumentos, 5 cantos para barítono e oito instrumentos, Piccolo concerto per Muriel Couvreux para piano e orquestra de câmara, Inni para 3 pianos, Sonata canonica e Caderno musical de anna Libera para piano solista.