Charles Gounod nasceu em Paris, em 18 de junho de 1818. Filho de um Grande Prêmio de Roma de pintura e de uma excelente pianista, teve as primeiras lições de música com a sua mãe Reicha e, depois dos estudos secundários no Liceu de São Luís, entrou, em 1836, para o Conservatório (aluno de Halévy, Paer e Lesueur). Em 1839 ganhou o Grande Prêmio de Roma.

A sua estada na capital italiana permitiu-lhe estudar os velhos mestres italianos (sobretudo Palestrina) e apresentar na igreja de São Luís dos Franceses, uma missa para 3 vozes e orquestra. Durante a viagem de regresso, via Viena e Berlim, descobriu a música dos românticos alemães e conheceu Mendelssohn. Em Paris, começou a estudar teologia e, durante algum tempo, viveu a hipótese de virar padre.

Abandonado este projeto, virou-se para a música de teatro que lhe daria a celebridade. A sua primeira ópera, Sapho, foi representada em 1851, na Ópera, com Pauline Viardot no papel principal, obtendo um êxito honroso. Mas as três obras que garantiram definitivamente a sua reputação, depois de terem sido acolhidas triunfalmente, foram Fausto (19 de março de 1859), Mireille (19 de março de 1864) e Romeu e Julieta (27 de abril de 1867), criadas todas elas no Teatro Lírico, com Marie Miolan-Carvalho como protagonista.

Entre 1870 e 1875, Gounod permaneceu em Londres. Mais tarde, imbuído de um profundo sentimento místico, dedicou-se à música religiosa e escreveu vários oratórios para os grandes festivais ingleses. Membro do Instrituto e grande oficial da Legião de Honra, Gounod morreu em Saint-Cloud (França), em 18 de outubro de 1893.

Sem o sobrevalorizar há que prestar homenagem à este músico francês puro, por ter assegurado a perenidade da música de seu país em pleno romantismo alemão, por ter salvo a ópera francesa da grande onda wagneriana. Escreveu cerca de 20 missas, 2 Requiem, inúmeros motetos, cânticos, etc; 12 óperas (entre as quais uma ópera-cômica, Le médecin malgré lui), oratórios, coros e cantatas (entre elas Gallia, Redenção, Morte e vida), 2 sinfonias, peças para piano, cerca de 140 melodias.

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