Edward Hagerup Grieg nasceu em Bergen (Noruega), a 15 de junho de 1843. De origem escocesa (o avô emigrara depois da Batalha de Culloden), era filho do cônsul honorário do Reino Unido em Bergen. Sua mãe, musicista e pianista excelente, iniciou-o na arte musical desde os seis anos de idade. Gênio precoce, sua primeira composição, uma variação para piano, inspirada numa melodia alemã, apareceu em 1853.

Entrando, em 1858, para o conservatório de Leipzig, aí teve por mestres J.Moscheles, K.H.Reneck, E.F.Richter, M.Hauptmanne e E.F.Wenzel, aperfeiçoando-se em piano e composição. Ali conheceu a obra de Schumann, cujo estilo o influenciou fortemente.

Concluído o curso (1862), regressou à terra natal. Mas como não conseguisse uma situação vantajosa, resolveu transferir-se para a Dinamarca. Já tendo escrito algumas peças para piano e vários lieder, Grieg se submeteu à apreciação de Niels Gade, então a maior figura da música dinamarquesa. Embora muito estimulado pelo mestre, o jovem compositor em pouco tempo se opõe à sua orientação conservadora. Não lhe interessava o mendelssohnianismo que norteava a conduta criadora de Gade. Grieg passou a combatê-lo. Resolveu continuar a obra do prematuramente desaparecido Richard Nordraak (1842 - 1866), o 'proclamador da independência musical da Noruega'. Deste, disse 'Revelou-me a música popular nórdica, e minha natureza'.

Viajou à Itália por duas vezes, em 1865 e em 1870, onde conheceu Ibsen e Liszt. Já de volta à Christiania (então nome de Oslo), escreveu as Peças líricas, para piano - talvez sua melhor obra, embora bem mais alemã que escandinava. Desse período data também o Concerto para piano em lá menor Op. 16.

Como pianista, regente e compositor, Grieg empreendeu várias turnês em diversos países, obtendo extraordinário sucesso. O encanto de suas melodias, sempre em frases curtas, apoiadas numa base harmônica que apesar de colorido nórdico não agride o sentido tonal, chegou a fascinar os auditórios. Na França chamaram-no até de �Chopin do norte� e de �Mozart da Escandinávia� - o que, sem dúvida, foi um grande exagero. Porém, mesmo um crítico intolerante como Debussy e que, pessoalmente, não simpatizava com Grieg, reconheceu-lhe o valor musical.

A saúde, minada pela tuberculose, o fez alternar as viagens com períodos de repouso num bucólico retiro na costa norueguesa. Mas não cessou de compor. Casou-se com Nina Hagerup, notável cantora, que foi, por algum tempo, intérprete de suas músicas. Em 1871 fundou a Sociedade de Concertos da Christiania, para a difusão da boa música e seu conhecimento. Aos trinta anos, isto é, em 1874, recebeu do governo de sua terra natal, uma pensão vitalícia de 1600 coroas anuais. O êxito e a fama não mais se separaram do compositor norueguês: recebeu o título de doutor honoris causa pela universidade de Cambridge (1895). Em 1897, tornou-se membro da academia de Berlim. Grieg morreu em Bergen, a 4 de setembro de 1907.

Munido dos ideais noordrakianos, Grieg reivindicou uma música norueguesa inteiramente abeberada nas fontes folclóricas da nação, ainda que isso provocasse estranheza nas platéias da Europa. Ligou-se, assim, ao nacionalismo romântico propugnado por escritores como Björnson, no qual até Ibsen se engajara quando jovem. O objetivo maior era libertar a Noruega dos seculares laços culturais que a prendiam à Dinamarca.

Na prática, o ambicioso programa reivindicatório de Grieg foi executado com muito menos rigor. Jamais se livrou da influência de Schumann e dentro dela foi que realizou seus propósitos nacionalistas.

As Peças líricas, para piano, talvez sua melhor obra, é bem mais alemã do que escandinava. O Concerto para piano em lá menor Op. 16 (1868) tornou-se popular no mundo inteiro. Mereceu grandes elogios de Liszt, que o executou em Roma (1870).

O encanto de suas melodias, sempre em frases curtas, apoiadas numa base harmônica que apesar do colorido nórdico não agride o sentido tonal, chegou a fascinar os auditórios. Na França, chamaram-no até de "Chopin do norte" e de "Mozart da Escandinávia", o que sem dúvida, foi um grande exagero. Porém, mesmo um crítico intolerante como Debussy e que, pessoalmente, não simpatizava com Grieg, reconheceu-lhe o valor musical.

A música de cena para Peer Gynt, de Ibsen, da qual extraiu duas suítes sinfônicas de absoluto sucesso mundial, foi estreada em 1876. Um segundo caderno de Peças líricas, o Quarteto (1877), o já mencionado Concerto para piano em lá menor Op. 16, mais uma sonata para piano, além de três para piano e violino e uma para piano e violoncelo, limitam toda sua produção no âmbito da sonata-forma.

Grieg deu preferência à construções pequenas e aos lieder. Confirmando a influência de Schumann, muitos deles têm texto em alemão. E o vigor poético dessas melodias basta para arrefecer as críticas que intensamente têm apontado o compositor norueguês como um criador sem importância.

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