Thomas Morley nasceu em Londres, em 1557. O seu professor, Byrd, ensinou-lhe não só a teoria e a prática da música, mas também as matemáticas. Foi organista em St. Paul (c.1591), época em que parece ter desempenhado o papel de agente político por conta dos católicos. Em 1592, foi nomeado gentleman da capela real e, recebeu, em 1598, um privilégio de 21 anos para a edição de sua música. Morley morreu em Londres, em outubro de 1602.

Entre o pouco que chegou até nós de música original para peças de Shakespeare figuram duas canções de Morley. De um modo geral, deduziu-se desse fato que tinha amizade com o grande poeta. Um dos mais admiráveis compositores da época isabelina, Morley foi, incontestavelmente, o mestre das formas vocais ligeiras, cançonetas e balés, onde a vivacidade e a profusão do seu gênio melódico operam maravilhas.

Nos seus balés, copiados de Gastoldi, introduziu, pela primeira vez na Inglaterra, o gênero do balé italiano. A influência dos italianos (de quem ele publicou um certo número de madrigais) é, aliás, perceptível em todas as suas obras vocais profanas. Em 1601, publicou Os tirunfos de Oriana, recolha coletiva de madrigais em homenagem à rainha Isabel I, copiando uma coletânea italiana ligeiramente anterior, O triunfo de Dori.

Escreveu 5 hinos, 4 serviços, um serviço fúnebre (Burial anthem), 6 motetos latinos, 60 cançonetas (2 a 6 vozes), 20 balés a 5 vozes, 24 madrigais a 4 vozes, 14 árias (ou canções acompanhadas a alaúde), fantasias para 2 violas, peças para virginal (em diversas recolhas coletivas) e um notável tratado, aprsentado sob a forma de diálogo entre professor e aluno, Plaine and easie, introduction to practicall musicke (1597).