Compositor alemão, Carl Orff nasceu em 10 de julho de 1895 em Munique. Após estudos humanísticos voltou-se para a música, sendo regente em teatros de Munique, e assumindo, em 1924, a direção musical das escolas de dança de vanguarda de Dorothée Günther. Desde 1936 foi professor de música em Munique, desafiando corajosamente os nazistas, chegando a zombar de Hitler na pequena ópera astutuli, que a censura não compreendeu. Orff morreu em Munique, em 29 de março de 1982.

Dedicou-se à 'música de uso comum' (danças e coros populares) no sentido de Hindemith, também escrevendo obras teóricas para este objetivo. Sua primeira obra representada foi uma versão moderna de Orfeo, de Monteverdi (1925).

Carmina burana (1937) é obra coral sobre poesias latinas medievais, de exuberante alegria e fortes acentos eróticos. A obra, inicialmente destinada para representação como ópera, venceu, porém, nas salas de concerto. A música é deliberadamente anti-Romântica, sem a menor influência wagneriana, mas tampouco tem pontos de contato com o neo-classicismo de Stravinsky nem com o dodecafonismo de Schönberg. É uma música inteiramente original, quase sem harmonia, baseada só em elementar força rítmica, acompanhada por orquestra inédita: principalmente percussão e vários pianos.

Orff já foi chamado 'espécie de Stravinsky alemão'. Sua música não se parece com a do compositor russo, mas, como ela, parece primitiva ou primitivista e é, na verdade, altamente sofisticada. Orff inventou mundos sonoros inteiramente novos e fascinantes. Como continuações de Carmina burana, escreveu Orff duas outras obras, 'cênico-concertantes', Canções de Catulo (1943), sobre textos eróticos do poeta romano e Triunfo de afrodite (1952). Essa trilogia de Orff, sobretudo a primeira parte, obteve surpreendente sucesso internacional, um dos maiores da música contemporânea.

Para o teatro escreveu Orff as óperas fantástico-populares a Lua (1939) e a astuta (1943), mas o grande sucesso foi a ópera trágica antígona (1949), cujo libreto é tradução hermética de Sófocles por Hölderlin. A música, bastante estranha, obedece à maneira técnica de Carmina burana. Depois compôs Orff, Édipo, o tirano (1960), também conforme o texto de Sófocles- Hölderlin.

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