Giovanni Batista Pergolesi nasceu em Jesi, próximo de ancona (Itália), em 4 de janeiro de 1710. Começou os seus estudos musicais em Jesi, e continuou em Nápoles, no Conservatório dei Poveri, com Greco e Durante (1726-1730). Aí, revelou-se um destro violinista nas serenatas que os seus alunos repetiam pela cidade, durante o carnaval ou outras festas. Mas não perece ter sido um menino prodígio e só ocupou lugares secundários: mestre de capela do príncipe Stigliano e do duque de Maddaloni e, depois, assistente do mestre de capela de Nápoles.

Atacado pela tuberculose pulmonar, Pergolesi faleceu em Pozzuoli (Itália), para onde tinha ido se tratar, em 16 de março de 1736, aos 26 anos. Tinha acabado de terminar o seu belo Stabat Mater. Seus pais tinham morrido jovens e os seus três irmãos e irmãs, na primeira infância. Ele próprio, fraco desde sempre, tinha uma deformação na perna esquerda, talvez de origem tuberculosa.

Se notarmos que os seus estudos musicais se prolongaram até 1730 e que as suas primeiras obras não fizeram sensação, fica-se estupefato com a prosperidade de uma carreira musical com pouco mais de cinco anos de duração.

Atraiu sobre si as atenções, em 1732, devido à execução de uma missa com coro duplo destinada a invocar a proteção celeste depois de uns terríveis tremores de terra; conta a lenda que o célebre Leo o beijou publicamente depois da cerimônia. Nesse mesmo ano, a ópera bufa Lo frate'nnammorato (talvez a sua obra-prima) obteve um grande êxito. Todavia, nas representações de óperas sérias, só os intermezzos cômicos eram recebidos favoravelmente.

O verdadeiro êxito de Pergolesi começou após a sua morte. as suas obras foram representadas em todos lugares, mesmo no exterior, e La serva padrona desempenharia o papel que conhecemos no início da ópera cômica francesa, ao desencadear a Querelle des bouffons (1752).

Editores pouco escrupulosos atribuíram-lhe obras cuja venda queriam garantir; e, ainda hoje, nem sempre é possível distinguir, com certeza, as obras autênticas das atribuições abusivas. Este incrível êxito póstumo provocou, por reação, a injusta severidade de alguns críticos. Se a glória, quase exclusiva de La serva padrona pode parecer excessiva, outras como Lo frate'nnammorato ou L'Olimpiade (ópera séria) contam-se entre as mais admiráveis produções da escola napolitana. E o Stabat Mater, apesar das suas fraquesas (como não preferir as composições religiosas de Scarlatti, Leo ou Durante?!) justifica a sua reputação devido à sinceridade, à ingenuidade do seu lirismo.

As Opera omnia, publicadas em Roma (1940-1942), contém muitas atribuições equivocadas (ver auletta): 4 óperas sérias (entre as quais a mais bela é L'Olimpiade), 3 intermezzos (entre eles, La serva padrona), 2 óperas bufas no dialeto napolitano (Lo frate'nnammorato e Flaminio), 6 oratórios, 10 cantatas profanas (entre as quais figura a admirável Orfeo), numerosas missas (só 3 de autenticidade garantida), motetos, salmos, um Stabat Mater, um número impossível de precisar de obras instrumentais (entre eles, 6 magníficos concertinos, de atribuição infelizmente duvidosa).