Heinrich Schütz nasceu em Köstriz (alemanha) a 8 de outubro de 1585. Entre 1609 e 1613 estudou em Veneza com Giovanni Gabrielli e foi em 1614 nomeado maestro de música do eleitor da Saxônia em Dresden. Em 1628 visitou em Veneza, Monteverdi. As devastções da Guerra dos Trinta anos obrigaram-no, em 1633, a fugir para a Dinamarca. Mas em 1635 voltou, passando em Dresden o resto de sua longa vida. Schütz morreu em Dresden a 6 de novembro de 1672.
A música de Schütz é uma síntese feliz de técnica italiana, veneziana, e de devoção luterana. Essa mesma síntese se repetirá, mais tarde, em mais elevado nível polifônico, na arte de J.S.Bach, de quem Schütz é precursor imediato. É mesmo o maior compositor alemão antes de J.S.Bach. Mas foi, como este, esquecido, e só em conseqüência dos estudos bachianos da segunda metade do séc. XIX redescoberto.
Os salmos que Schütz escreveu em 1619 são policorais à maneira dos de Giovanni Gabrielli, assim como a História da ressurreição (1623). Perdeu-se a partitura da ópera Dafne (1627), primeira tentativa de uma ópera alemã nos moldes de Monteverdi.
A personalidade artística do compositor afirma-se na primeira parte das Sinfonias sacras (1629), sobre textos latinos, dos quais Fili mi, absalon já é superior à música sacra dos venezianos. Mas as sete palavras na cruz (1645), embora no mesmo estilo, evidenciam a invariável é luterana do mestre.
Obras-primas são a segunda e a terceira parte das Sinfonias sacras (1647, 1650): o Nunc dimittis, o Magnificat e as cantatas de texto alemão, como Saulo, porque me persegues?, têm alto vôo melódico e o acompanhamento é magistralmente instrumentado.
Na velhice mudou Schütz de estilo: voltou ao canto à capela, não acompanhado, e esforçou-se para interpretar fielmente o texto da Bíblia luterana. Essas obras arcaizantes são as Paixões segundo São Mateus, São Lucas e São João (1665-1666).