Carl Maria Friedrich Ernst von Weber nasceu em Eutin, Oldenburg (alemanha), a 18 de novembro de 1786. De uma família de artistas, era filho de um ex-oficial, empresário de teatros itinerantes e aventureiro. Weber teve desde a infância, oportunidade de conhecer por dentro o mundo teatral, mas pouco tempo para estudos com regularidade.

Suas primeiras atividades foram a pintura e a litografia, sendo que nesta última introduziu alguns aperfeiçoamentos no processo de autoria de Senefelder. Seus professores foram grandes mestres da época, tais como Heuschkel, Valesi, Kalcher e abade Vogler (1804), em Viena. Mas o melhor deles foi Michael Haydn (irmão de Franz Joseph Haydn), em Salzburgo, entre 1796 e 1798.

Obteve o cargo de regente em Breslau (1804-1806) e viveu os anos seguintes em Stuttgart, Mannheim e Darmstadt. Weber tornou-se cedo pianista brilhante e teve sucessos em viagens. Seu valor artístico valeu-lhe o cargo de intendente de música do príncipe Eugênio de Württemberg, e logo depois, o de secretário particular do príncipe Luís de Württemberg e professor de seus filhos. Posteriormente visitou Berlim e Viena. Já autor de várias óperas e outras obras musicais, foi nomeado diretor musical do teatro de Praga (1813). Nessa cidade conheceu a cantora Caroline Brandt, com quem se casou em 1817.

Assumiu a direção da ópera em Dresden (1817), onde empreendeu várias reformas e atingiu o auge de sua carreira artística. Entrou em contato com os escritores românticos, sobretudo com Tieck. Um desses românticos, forneceu-lhe o libreto para a ópera O franco atirador (1821), que teve enorme sucesso. Pouco depois, Weber adoeceu de tuberculose. Em Londres, morreu em 5 de junho de 1826.

O romântico FriedrichKind (1768-1843) escreveu-lhe o libreto da ópera O livre atirador (1821), que foi em Berlim um sucesso fulminante e conquistou a alemanha e o mundo. Principal obra de Weber, o assunto foi tirado de um livro sobre superstições populares e ofereceu oportunidade para fazer música autenticamente popular, música demoníaca e música da natureza. Weber é, muito mais do que qualquer outro compositor, o pioneiro e criador do Romantismo na música. Sua música também é tão autenticamente alemã que muitas das melodias da ópera se transformaram em canções populares.

A segunda ópera, Euryanthe (1823), sofre da desvantagem de um libreto confuso. É raramente representada, mas sobrevive a abertura, tão brilhante como a de O livre atirador. Em Londres lhe foi encomendado Oberon (1826), sua última ópera, prova fascinante de exotismo oriental, tipicamente romântico.

Outras obras - Nacionalista alemão, Weber se entusiasmou pelo movimento anti-napoleônico e escreveu o ciclo de coros patrióticos Lira e espada (1814). Também escreveu muita música para piano, obras como a popularíssima Convite à dança (1820), que introduziu a valsa na música, e a brilhante Peça Concertante em fá menor (1821), para piano e orquestra, umas das obras prediletas do Romantismo musical. Das suas muitas outras composições é notável o Concerto para clarineta n.º 2 Op. 74. Também escreveu sonatas para piano, quinteto para clarineta, missas, etc.

Influência - Embora Weber não pertença ao pequeno grupo de compositores de primeira, é imensa a sua importância histórica. Com ele se começa o Romantismo musical na alemanha, e sua influência sobre Wagner foi decisiva: de O livre atirador descende O navio fantasma, e de Euryanthe descende Lohengrin. Na França foi Berlioz muito influenciado por ele, assim como as óperas pseudo-românticas de Meyerbeer. Em todos os países europeus, notadamente na Dinamarca, na Rússia, na Polônia, Rep. Tcheca, Eslováquia e Hungria, foi a música de Weber um catalisador que inspirou o nacionalismo musical.

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