Giovanni Paisiello nasceu em Tarento (Itália), em 9 de maio de 1740. Filho de um veterinário de Terento, fez os seus estudos no colégio de jesuítas onde a sua linda voz foi notada: ensinaram-lhe música. Aos quatorze anos foi enviado para Nápoles, onde, entre 1754 e 1763, veio a ser aluno do velho Durante (um ano) e, depois, de Cotumacci e de abos. As suas primeiras óperas foram escritas em 1764 e 1765, para Bolonha, Veneza, Modena e Parma.

Em 1766, instalou-se em Nápoles, onde se converteu no rival obstinado de Piccini e Guglielmi: egoísta e invejoso, utilizaria, com frequência, as intrigas para garantir a sua supremacia. Chamado a São Petersburgo (1776-1784), por Catarina II, fez representar nessa cidade as suas duas obras mais célebres, La serva padrona (libreto utilizado, 50 anos antes, por Pergolesi) e O barbeiro de Sevilha, cujo êxito seria tal que o público romano de 1816 não iria querer prestar atenção à obra-prima de Rossini!

Quando regressou, foi nomeado mestre de capela de Fernando IV de Nápoles (1784-1799); conseguiu fazer-se nomear diretor da música nacional, durante a República "partenopeia" de 1799; perdeu o cargo, alguns meses mais tarde, quando da restauração de Fernando IV, mas conseguiu recuperá-lo pela intriga.

Organizou em Paris (1802-1804), a música do primeiro cônsul, recuperou o seu posto na corte de Nápoles nos reinados de José Bonaparte e Murat, mas caiu em desgraça depois da Restauração de 1815; todavia, conservou os honorários de mestre de capela. Paisiello morreu em Nápoles, em 5 de junho de 1816.

A elegante simplicidade, a variedade, a qualidade expressiva das suas árias constituem o principal atrativo das suas óperas cômicas (óperas bufas ou drammi giocosi), a melhor parte de sua obra, mas os seus conjuntos não atingem a perfeição musical e dramática de Cimarosa ou Fioravanti. Beethoven escreveu variações para piano sobre um belo dueto de La molinara.

Escreveu mais de 100 óperas (60 cômicas, 32 sérias, e algumas mascaradas ou pastorais), cerca de 20 serenatas e de cantatas profanas, numerosas composições religiosas (35 missas, uma paixão, 2 Requiem, oratórios, cantatas, um Miserere a 5 vozes), 12 sinfonias, 6 concertos para cravo.