Josef Myslivecek nasceu em Praga (Rep. Tcheca), em 9 de março de 1737. Era filho de ricos industriais de moagens, arruinados pelas guerras prussianas. Aluno de Seger, em Praga, e depois de Pescetti, em Veneza, fixou-se na Itália, a partir de 1763. Viveu em Parma (onde se apaixonou pela célebre cantora Lucrezia aguiari), Veneza, Nápoles, Bolonha, Roma. "Incapazes" de pronunciar o seu nome , os italianos chamavam-lhe "O divino boêmio".
Foi em Nápoles que obteve o seu primeiro êxito, com Bellorofonte (San Carlo, 1767). Era de tal modo admirado nessa cidade que o convidaram para aí voltar uma dezena de vezes; e foi seguindo os seus conselhos que foi levado em cena, em 1774, no San Carlo, o Orfeo de Gluck. Em Bolonha, foi nomeado membro da academia Filarmônica e encontrou pela primeira vez, os Mozart, com quem teve grande amizade (como prova uma carta de L.Mozart).
Em 1777, permaneceu durante uma longa temporada em Munique, onde quase sucumbiu uma doença venérea e perdeu o nariz devido à falta de jeito de um cirurgião. Terminou os seus dias em Roma, primeiro num luxo suntuoso, antes de se arruinar completamente. Myslivecek morreu em 4 de fevereiro de 1781.
Pela sua obra, tanto vocal como instrumental, está ligada à escola italiana: os seus concertos e sinfonias lembram J.C.Bach (3 andamentos encadeados como na abertura italiana). Escreveu 30 óperas, missas, e numerosas sinfonias e concertos, como a Sinfonia em ré maior (Concerto Tcheco n.º 2), sonatas para cravo.