Jan Peterzoon Sweelinck nasceu em Deventer (Holanda), em 1562. Foi aluno de seu pai, organista da Oude kerk, em amsterdã, bem como de um modesto músico da cidade, mas não certamente de Zerlino, em Veneza, como pretendia Mattheson, em 1720. Está provado que passou toda a sua vida em amsterdã, de onde só se afastou, por alguns dias, para as vistorias a órgão ou compras de cravo em antuérpia, Roterdã, etc.
Foi durante 40 anos (de 1577 até a sua morte), organista da Oude Kerk, onde sucedeu a seu pai e onde o seu filho, Dirck (1591-1652), lhe sucedeu. A sua fama estendeu-se a toda a Europa, como provam os seus manuscritos, encontrados na Inglaterra, na França, na Suíça, na Itália, na Hungria, etc. Entre os seus numerosos alunos, que foram precursores de J.S.Bach, figura Scheidt. Sweelinck morreu em amsterdã (Holanda), em 16 de outubro de 1621.
Sweelinck foi um dos mais famosos organistas de seu tempo e pode ser considerado, juntamente com Obrecht, o maior compositor holandês. A sua música vocal é admirável, mas é sobretudo a sua obra instrumental (exclusivamente para cravo) que lhe assegura um lugar de primeira importância na história da música. Esta obra apresenta afinidades com as dos virginalistas ingleses (é provável que tenha conhecido Bull, exilado na Holanda), mas procede também das grandes formas contrapontísticas italianas. Algumas das suas fantasias, aperfeiçoamento do ricercare italiano, são verdadeiras fugas instrumentais, ao que parece as primeiras que foram escritas.
A edição moderna (1894-1901) em 10 volumes, pela Sociedade Holandesa de Musicologia conta com as seguintes obras vocais: 22 canções francesas, 28 rimas francesas, 4 madrigais italianos, 7 cânones latinos, 37 canções sacras (motetos com baixo contínuo), 153 salmos; instrumental (cravo ou órgão): 19 fantasias, 13 tocatas, 24 corais variados (entre os primeiros do gênero), 12 sérias variações sobre temas populares (as composições mais notáveis de Sweelinck contam-se entre as fantasias e variações sobre canções).