Karol Szymanowski nasceu em Timoshvka (Ucrânia), em 6 de outubro de 1882. Começou os seus estudos musicais com seu pai e sua tia (excelentes amadores), continuou-os como autodidata e terminou-os com Noskovsky, em Varsóvia. Aí, fez amizade com o diretor de orquestra G.Fitelberg e com o pianista a.Rubinstein (que virão a ser defensores ativos de sua obra) e militou no seio do movimento musical Jovem Polônia, que queria reagir contra o tradicionalismo e a inércia artística da Polônia.

Estes jovens músicos tinham o seu "quartel general" em Berlim: Szymanowski residiu nessa cidade durante dois anos (1906-1908) e estudou a música de Wagner, Reger e R.Strauss, cujas influêcias são muito evidentes em sua Sinfonia n.º 1. Melindrado com a incompreensão do público polaco, decidiu viver, durante algum tempo, em Viena (1912-1914), onde o seu amigo Fitelberg era diretor da orquestra da Ópera. Aí, ouviu Petroushka, de Stravinsky e as últimas obras de Debussy e Ravel: todas o fascinaram e afastou-o definitivamente dos ídolos germânicos e mesmo de Scriabin, cujo culto inspirara a sua Sinfonia n.º 2.

À influência de Stravinsky e da música francesa juntou-se, em breve, a do folclore polaco, como prova o seu bailado Harnasie. Em 1919, depois de ter viajado muito, trocou definitivamente a Ucrânia por Varsóvia, onde, em 1926, foi nomeado diretor do Conservatório. Mas a tuberculose pulmonar obrigou-o, em 1929, a demitir-se para se tratar. Apesar dos tratamentos prolongados em Zakopane (em Tatra) e depois em Cannes, Grasse, Davos e Lausanne (Suíça), a doença vitimou-o, em nesta última cidade, em 29 de março de 1937.

Szymanowski foi o maior músico polaco (embora nacido na Ucrânia) depois de Chopin, o criador de uma arte sinfônica polaca e a primeira figura da moderna escola polaca. Escreveu 2 óperas, 2 bailados (Harnasie e um "bailado grotesco", Mandrágora para Le bourgeois gentilhomme), grandes obras para solistas, coro e orquestra (entre os quais um Stabat Mater muito belo), 3 sinfonias (a terceira com coros), 2 concertos para violino e uma sinfonia concertante para piano e orquestra, 2 quartetos para cordas, Mythes para piano e violino (que contém a célebre La fontaine d'aréthuse), 3 sonatas e outras composições para piano (16 estudos, 22 mazurcas, etc.), numerosas melodias. Deve-se-lhe também, algumas obras literárias.