Jacopo Peri nasceu em Roma, em 20 de agosto de 1561. Em c.1590 foi músico na corte dos Médicis, em Florença, com honorários superiores aos de Caccini. Escreveu intermezzos para o casamento do grão-duque Fernando I e cantou-os ele próprio. Em breve, toda a Itália admiraria a sua forma de "recitar cantando".
Converteu-se na personalidade dominante da célebre Camerata, círculo de músicos, de grandes espíritos e de amadores cultos, que se reuniam por iniciativa do conde Bardi no seu palácio florentino (ver Caccini, Galilei). Um dos objetivos da Camerata Bardi era ressuscitar aquilo que os humanistas pensavam ter sido a recitação lírica da antiga tragédia grega: criaram o recitativo moderno e fizeram triunfar a monodia acompanhada.
As primeiras melodias no novo stile rappresentativo devem-se a Galilei (obra perdida), Cavalieri e Caccini (Nuove musiche). Peri ultrapassou-os no plano da qualidade dramática com a sua Dafne, representada em 1597, no Palácio Corsi (só se conservaram alguns fragmentos). O êxito foi tanto que lhe pediram uma obra do mesmo gênero por ocasião do casamento de Henrique IV com Maria de Médicis: foi Euridice (representada em 1600, no Palácio Pitti), a primeira "ópera" cuja música chegou integralmente aos dias de hoje. Nomeado diretor de música do grão duque e depois, camerlengo generale, escreveu então, numerosos balés, intermezzos, festas, infelizmente perdidos. Peri morreu em Florença, em 12 de agosto de 1633.
A sua arte, menos lírica e brilhante do que a de Caccini, veleu-lhe menos êxito póstumo. Mas, contribuiu, mais do que a do seu rival, para a criação da ópera moderna, onde iria intervir, de forma decisiva, o gênio de Monteverdi. Escreveu vários melodramas ou pré-óperas (entre as quais se contam Dafne e Euridice; os outros perderam-se e talvez nunca tenham sido representados), Le varie musiche (1 a 3 vozes e baixo contínuo no estilo novo), várias obras separads (monodias e madrigais tradicionais).