Charles Camille Saint-Saëns nasceu em Paris, em 9 de outubro de 1835. Seu pai, funcionário do Ministério do Interior, morreu logo após o nascimento do filho, e o garoto foi criado pela mãe e pela tia, que lhe deu as primeiras aulas de piano, quando tinha dois anos e meio. Mostrou excepcional talento e, com dez anos, apresentou-se em um concerto público na Sala Pleyel, já sabendo de cor todas as sonatas de Beethoven.

Durante uma carreira em todos os aspectos ilustre no Conservatório, onde teve aulas de composição com Halèvy e estudou órgão com Bergist, Saint-Saëns não conseguiu ganhar o Prêmio de Roma, mas escreveu uma série impressionante de composições. De modo semelhante a muitos outros compositores franceses, assumiu um cargo de organista em Paris e durante quase vinte anos ocupou essa função no Madeleine.

Durante quatro anos, de 1861 a 1865, Saint-Säens lecionou na Escola Niedermeyer e foi aí que encontrou Fauré, que viria a ser seu grande amigo até o fim da vida. Seu casamento, em 1875, foi breve e infeliz - e durou apenas seis anos, com dois filhos morrendo na infância. A morte da mãe em 1888, foi um grande golpe em sua segurança e ele viria, a partir de então, a passar grande parte de seu tempo viajando, especialmente para o Egito e a argélia. Morreu em argel, em 16 de dezembro de 1921.

Saint-Saëns viveu muitos anos e compôs uma enorme quantidade de músicas. À época de sua morte, em 1921, com 86 anos, parecia uma relíquia de um período remoto. Quando jovem, ganhou o apelido de ‘Mendelssohn francês’. Viveu, já idoso, no mundo de compositores como Ravel, Stravinsky e Schoenberg.

Saint-Saëns era imensamente talentoso, como executante e como compositor. Liszt, que o ouviu improvisar na Madaleine, descreve-o como o maior organista vivo, e Hans von Bullow, que o ouviu ler a partitura de Siegfried de Wagner à primeira vista no piano definiu-o como a maior mente musical da época. Como pianista, executou principalmente sua própria música, evitando assim o trabalho tedioso de mero virtuose que facilmente poderia ter-se tornado.

Saint-Saëns foi conservador em sua obra e infenso ao wagnerismo então predominante. Tornou-se conhecido pelos seus poemas sinfônicos, sobretudo Dança macabra (1874), pleno de verve humorística. Menos conhecida, porém ambiciosa, é a Sinfonia n.º 3 (1886), com órgão e dois pianos, sua obra mais beethoveniana. Outra obra célebre é a ópera Sansão e Dalila (1877), inicialmente recusada em Paris, típica do ecletismo do autor, fundindo estranhamente Gluck, Verdi e Offenbach.

Setor de relevo é de seus elaborados concertos, sobretudo os Concertos para piano n.º 2 em sol menor (1868) e n.º 4 em dó menor (1875), o Concerto para violino n.º 3 em si menor (1880) e o Concerto para violoncelo n.º 2 em ré menor (1902).

Finalmente competiu na música de câmara, com a escola de Franck, destacando-se com várias obras de brilhante fatura nesse setor. Saint-Saëns foi ainda crítico musical de destaque.

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