Ralph Vaughan Williams nasceu em Down amprey, Gloucestershire (Inglaterra), em 12 de outubro de 1872. Foi aluno de Parry e de Stanford no Colégio Real de Música e depois de Bruch, em Berlim. Em 1896 teve, em Bayreuth, a revelação de Wagner, mas a atração dos cantos populares britânicos salvou-o da influência wagneriana. Em 1901, depois de ter doutorado em música, em Cambridge, mergulhou no estudo do folclore, tronou-se membro da Folk-Song Society e começou a recolher canções e danças de Norfolk, interessando-se ativamente pelos festivais-concursos da região.
À influência determinante da música popular do seu país, juntou-se a da obra de Purcell, que teve a oportunidade de aprofundar, coloborando nas edições da Sociedade Purcell. Em 1909, passou uma temporada em Paris, para se aperfeiçoar, em contato com Ravel. Depois da guerra, que passou na Macedônia e na França, tornou-se professor no Colégio Real de Música (1919), e diretor do Coral Bach (1920). Vaughan Williams morreu em Londres, em 26 de agosto de 1958.
Vaughan Williams foi o primeiro músico autenticamente inglês depois de Purcell, o primeiro que soube cortar radicalmente os laços com a Itália e com a alemanha. Dos seus estudos no exterior (Bruch, Ravel) trouxe uma técnica, mas o seu estilo, muito pessoal, tem raízes no folclore. O espírito das melodias populares (não se limitou a citá-las de forma acessória) anima a sua música, que realiza uma síntese dos elementos fundamentais da cultura nacional. O seu nacionalismo inteligente (isento de chauvinismo) é, em certa medida, análogo ao de Bartók. Graças a Vaughan Williams (e, em menor medida, a Holst), músicos como Walton, Britten ou Tippett puderam mostrar, de forma brilhante, a vitalidade da escola inglesa contemporânea.
Escreveu 6 óperas, óperas-baladas ou mistérios (entre os quais se contam Hugh the drover, The pilgrim's progress e The first nowell), 4 bailados, música de cena e de filmes, numerosas obras corais, religiosas e profanas, inúmeras melodias e adaptações de canções populares, 9 sinfonias (entre as quais, a n.º 1 - Mar, com solistas e coros, a n.º 2 - Londres, a n.º 3 - Pastoral, a n.º 7 - antártida), Fantasia sobre um tema de Tallis, uma partita e um concerto grosso para orquestra de cordas, concertos ou obras concertantes para piano, violino, viola, oboé, tuba, 2 quartetos, algumas peças para piano e para órgão.